Na Era dos Resultados, entenda o que criativos precisam fazer além de criar, em uma lista que inclui gerenciamento de pessoas e até conhecimentos de aritimética.
Profissionais de criação da América Latina, regra geral, gostam de fazer referências ao futebol para explicar o seu trabalho. Um dia após a vitória surpreendente do Chelsea sobre o Barcelona na UEFA Champions League, Guga Ketzer, sócio e vice-presidente de criação da Loducca, disse que a publicidade brasileira tem muitos "Messis", ou seja, muita gente brilhante na criatividade, e poucos "técnicos", ou seja, líderes que façam as coisas acontecerem. "O que mais temos no Brasil são casos de pessoas que eram excelentes "Messis", mas que quando viraram técnicos não souberam fazer bem feito. Temos poucos técnicos para fazer um Barcelona jogar", afirmou.
Ele se referia à ascenção dos profissionais de criação e os inúmeros novos atributos que eles ganharam nos últimos anos. O alerta indica que o profissional de criação, especialmente os que atingem cargos de liderança, precisam ir muito além de ter ideias brilhantes.
O debate que envolveu também Hugo Rodrigues, CCO e COO da Publicis Brasil, e Walter Ioli, da Tribal DDB da Argentina, trouxe três profissionais que tem a criatividade em seu DNA, mas que precisam se adequar a novas atribuições. Os números, por exemplo, ganham em importância. "Nos últimos anos, mudou o jeito de vermos a comunicação. As marcas buscam em primeira instância o resultado e as agências passaram a dar mais importância para isso. Temos que correr com a criatividade e manter o resultado. A aritimética passou a fazer parte da publicidade", analisa Rodrigues, que é formado em engenharia e que, quando formado, provavelmente não imaginava que seus conhecimentos sobre o assunto seriam úteis na publicidade. "Quando a criatividade dá resultado, é muito mais gratificante, porque ela é compartilhada com mais pessoas", completa Ioli, se referindo à necessidade do profissional se adequar à nova visão dos clientes.
Outra mudança para o profissional de criação se reflete na necessidade de gerir a comunicação de maneira mais abrangente. "O consumidor passou a falar com as marcas e a comunicação se tornou muito mais complexa. Com isso, as equipes se tornam multidisciplinares, aliado a um cenário de maior quantidade de tecnologias e de mídias, e de necessidade de dar resultado, descreve Ioli.
Os profissionais falaram também sobre aquela que talvez seja a mais complicada mudança de todas: gerenciar pessoas. "Lidar com ser humano é difícil", assume Ketzer que, no entanto, garante ter aprendido algumas lições. "O maior erro é queremos tratar as pessoas do jeito que queremos ser tratados. Não é assim. As pessoas têm reações diferentes e tenho que ter a sensibilidade para lidar com todos", afirma.
Hugo também ressalta a dificuldade de administrar os seres humanos e lembra que, muitas vezes, as pessoas costumam ter complacência maior com pessoas mais talentosas. "Há pessoas acima da média, e Romário e Ronaldo Fenômenos eram casos assim no futebol. E tendíamos a ser mais pacientes com os deslizes deles. O problema é quando quem não joga tão bem começa a querer levar a vida de craque", diz, ressaltando que ele não adota essa diferenciação no dia-a-dia e lamentando quem toma essa atitude. "Tenho que administrar 300 pessoas e tenho que fazer todas felizes. Não é fácil", atesta.
Fonte: http://wavefestival.com.br
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